A morte jaz completamente deitada
caída na horizontal
de outro modo nunca o seria
o corpo vazio e o sopro extinto.
A morte jaz entre flores caída horizontal
em volta há corpos de pé ainda na vertical
(e um vaguear animal cola-se à morte inerte)
A vida senta-se num corpo que antes estava de pé
deita-se depois na cama de noite para a revolver
a cores mergulha no sono...
doce dormir que dorme devagarinho no seu horizonte
suave sono repouso-sonho que outros gerou antes de morrer
A morte exala esse aroma de citrinos impossíveis
no seu plano horizontal desloca-se em pano de fundo
e há estilhaços de vida sensações fragmentos
a representar à boca de cena
A morte jaz ali tão deitada parada na horizontal
E há um vaguear animal correndo na vertical
A.P.
3 comentários:
Esplendido, Ana Paula, gostei muito.
Obrigada, RAA.
Por estranho que pareça, gostei muito de o escrever.
Este é um poema, possivelmente motivado por recordações, a mim as trouxe e é exactamente assim como a Ana Paula diz.
Bj,
Manuela
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