Colaboração enviada por Frederico Corado, do blogue "Não há Nada como o Realmente"
JEREMY BRETT / SHERLOCK HOLMES
"(...) é de toda a justiça falar de Jeremy Brett como um dos grandes actores que deu vida a Sherlock Holmes. É um facto que as interpretações de Peter Cushing ou Christopher Lee (ambos em filmes do mestre Terence Fisher), ou mesmo a de Basil Rathbone (independentemente da qualidade dos filmes), são também memoráveis, mas tendo em conta que cresci a ver na televisão, influenciado pelo meu avô, a série protagonizada por Jeremy Brett, é sem dúvida a que mais me marcou sentimentalmente. Creio também que a personagem criada por Sir Arthur Conan Doyle nos seus livros está muito mais próxima de Jeremy Brett do que de qualquer outro, os gestos rasgados no nada, os olhares, o humor, a homossexualidade disfarçada, a dependência das drogas, tudo encontra em Brett um caminho lúcido e inequívoco.
Depois há outros motivos para falar de Jeremy Brett. Quem não se lembra de "My Fair Lady" cantando "On The Street Where You Live"?
Jeremy Brett nasceu Peter Jeremy William Huggins em 1933 e morreu em 1995. Estudou no Eton College onde foi considerado um desastre académico devido a um problema de dislexia. Foi depois estudar canto e teatro para a Central School of Speach and Drama em Londres. Estreou-se no teatro em 54 e entrou para a Old Vic Company em 1965 e mais tarde para o Royal National Theatre onde interpretou várias peças de Shakespeare e outros clássicos.
Em 1958, Jeremy Brett casou com a actriz Anna Massey, de quem se divorciou em 1962 (tiveram um filho chamado David Huggins, hoje um celebre romancista inglês). Anos mais tarde, Brett e Massey apareceram juntos na BBC numa dramatização de "Rebecca" (1978), com Brett no papel do herói assombrado e Massey no papel da sinistra dona de casa (David Huggins também entrava no filme).
Em 1976 Brett casou com uma americana, produtora da PBS, Joan Wilson, que veio a morrer de cancro em 1985. Brett nunca voltou a casar.
A partir do início dos anos 60 Brett estava sempre presente no cinema ou na TV, desde "D'Artagnan" ao Captain Absolute em "The Rivals" ou, em 1973, no papel de Bassanio na produção televisiva de "O Mercador de Veneza" com Laurence Olivier, em Shylock, e Joan Plowright, em Portia (Brett, Olivier e Plowright tinham já feito os mesmos papéis na produção teatral do Royal National Theatre.)
Em 1964 apareceu o inevitável Freddie Eynsford-Hill em "My Fair Lady" seguido de Danilo na produção televisiva de "A Viúva Alegre" onde, contrariamente a "My Fair Lady", cantaria com a sua voz.
A sua dicção é sempre extraordinária, mas muito "´própria", devida ao facto de ter sido operado enquanto jovem. Não consegue pronunciar os "Rs" e por isso, desde então, ficou conhecido pela sua pronúncia muito característica.
Durante 40 anos Brett interpretou dezenas de papéis, mas de facto é Sherlock Holmes (que criou desde 1984 até 1994 para a Granada Television) que o fez o mais conhecido actor da televisão britânica.
Brett sofria de doença bipolar (ou maníaco depressiva), que piorou violentamente desde a morte de Joan Wilson. Joan morreu pouco tempo depois de Brett ter filmado a "morte" de Holmes em "The Final Problem" (algo que me deixou completamente devastado - o Sherlock Holmes não deveria morrer). Entretanto Brett tirou umas férias e quando regressou, em 86, para voltar a gravar a série teve um esgotamento nervoso causado pelo agravamento da doença bipolar. Durante a última década da sua vida foi hospitalizado várias vezes para tratamento da sua doença, e a sua saúde e aparência vinha-se a deteriorar consideravelmente como pode ser visto nos últimos episódios da série.
Havia planos para filmar todas as histórias de Sherlock Holmes, mas Brett morreu com um ataque de coração na sua casa de Londres antes do projecto ser terminado. O seu coração tinha vindo a enfraquecer desde a sua infância devido a um caso de febre reumática, e foi piorando com os vários medicamentos que tomava para prevenir os episódios maníaco depressivos, sobretudo lítio, para não mencionar o facto de fumar compulsivamente (numa entrevista, Edward Hardwicke, o segundo Dr. Watson da série, disse que Brett comprava 60 cigarros todos os dias a caminho do estúdio e fumava-os todos). Sherlock Holmes morreu! Viva Sherlock Holmes!
Em 1958, Jeremy Brett casou com a actriz Anna Massey, de quem se divorciou em 1962 (tiveram um filho chamado David Huggins, hoje um celebre romancista inglês). Anos mais tarde, Brett e Massey apareceram juntos na BBC numa dramatização de "Rebecca" (1978), com Brett no papel do herói assombrado e Massey no papel da sinistra dona de casa (David Huggins também entrava no filme).
Em 1976 Brett casou com uma americana, produtora da PBS, Joan Wilson, que veio a morrer de cancro em 1985. Brett nunca voltou a casar.
A partir do início dos anos 60 Brett estava sempre presente no cinema ou na TV, desde "D'Artagnan" ao Captain Absolute em "The Rivals" ou, em 1973, no papel de Bassanio na produção televisiva de "O Mercador de Veneza" com Laurence Olivier, em Shylock, e Joan Plowright, em Portia (Brett, Olivier e Plowright tinham já feito os mesmos papéis na produção teatral do Royal National Theatre.)
Em 1964 apareceu o inevitável Freddie Eynsford-Hill em "My Fair Lady" seguido de Danilo na produção televisiva de "A Viúva Alegre" onde, contrariamente a "My Fair Lady", cantaria com a sua voz.
A sua dicção é sempre extraordinária, mas muito "´própria", devida ao facto de ter sido operado enquanto jovem. Não consegue pronunciar os "Rs" e por isso, desde então, ficou conhecido pela sua pronúncia muito característica.
Durante 40 anos Brett interpretou dezenas de papéis, mas de facto é Sherlock Holmes (que criou desde 1984 até 1994 para a Granada Television) que o fez o mais conhecido actor da televisão britânica.
Brett sofria de doença bipolar (ou maníaco depressiva), que piorou violentamente desde a morte de Joan Wilson. Joan morreu pouco tempo depois de Brett ter filmado a "morte" de Holmes em "The Final Problem" (algo que me deixou completamente devastado - o Sherlock Holmes não deveria morrer). Entretanto Brett tirou umas férias e quando regressou, em 86, para voltar a gravar a série teve um esgotamento nervoso causado pelo agravamento da doença bipolar. Durante a última década da sua vida foi hospitalizado várias vezes para tratamento da sua doença, e a sua saúde e aparência vinha-se a deteriorar consideravelmente como pode ser visto nos últimos episódios da série.
Havia planos para filmar todas as histórias de Sherlock Holmes, mas Brett morreu com um ataque de coração na sua casa de Londres antes do projecto ser terminado. O seu coração tinha vindo a enfraquecer desde a sua infância devido a um caso de febre reumática, e foi piorando com os vários medicamentos que tomava para prevenir os episódios maníaco depressivos, sobretudo lítio, para não mencionar o facto de fumar compulsivamente (numa entrevista, Edward Hardwicke, o segundo Dr. Watson da série, disse que Brett comprava 60 cigarros todos os dias a caminho do estúdio e fumava-os todos). Sherlock Holmes morreu! Viva Sherlock Holmes!