sábado, 12 de setembro de 2009

Cinema em 221-B Baker Street




Não é caso para explicar porque gosto dos filmes de Tarantino, já que, muito provavelmente, é algo que pertence ao domínio do irracional. Refiro apenas o facto de, a meu ver, elevar o cinema a um dos mais altos níveis de catarse que conheço. Em ficção, tudo é possível. Mais: porque é aí possível, é que na realidade é impossível. Ou o inverso. Acresce ainda frisar o fabuloso exercício de estética que subjaz ao seu último filme, "Inglourious Basterds", aprimorando até ao mínimo detalhe a sua intensa carga simbólica. É também uma apaixonada homenagem ao cinema. E, por último, mas não menos importante, a demonstração de que nem só de confrontos físicos se faz o que designamos por acção. Na verdade, há uma acção que se joga na linguagem. O que me remete para Searle e os seus actos de fala.

Um filme imperdível, no mínimo para apreciar a sua interessante simbiose com a excelente selecção musical, ou ainda, só para ver o magnífico plano que nos revela um Churchill tão clássico quanto iconoclasta.
Apreciar grandes interpretações - isso fica também garantido. Retenha-se, em especial, a de Christoph Waltz , no papel do Coronel Hans Landa.


Faixa musical: "Cat People" de David Bowie, do filme com o mesmo título

Imagem: pesquisa do Google

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